Monday, January 02, 2006



Fim de Ano BLOCKBUSTER

Na última semana de 2005, depois de um ano assistindo Godard's, Truffaut's, Von Trier's e Fellini's, assisti no cinema dois blockbusters: King Kong e Crônicas de Narnia. O primeiro já estava em minha lista desde o dia em que fiquei sabendo que seria a nova superprodução do Peter Jackson. Eu não sou das 10 maiores fãs do Senhor dos Anéis, só assisti o primeiro, mas reconheço que em matéria de superprodução o Peter Jackson manda bem. Mas desta vez acho que pegou pesado. Ok, a trama de King Kong não é, a meu ver, tão interessante quanto a do Senhor dos Anéis. Ou melhor, até o momento em que os personagens chegam à ilha do terrível monstro o filme vai bem. Porém depois... De fato, os efeitos visuais são nota 10. Mas o exagero das lutas dos "heróis" contra os seres primitivos (o que inclui os dinossauros, os homens pré históricos que moravam na ilha e o próprio gorila gigante) chega a ser tão ridículo quanto o diretor Carl Denham (muito bem interpretado pelo ator Jack Black) correndo dos dinossauros carregando uma câmera no tripé. Isso é muito engraçado... literalmente uma idéia na cabeça e uma câmera na mão! Isso coloca em questão o próprio filme que, como todos sabemos, não deve ter sido nem um pouco simples de ser realizado. Será uma sátira ao "fazer cinematográfico"? Talvez. Mas uma coisa é certa: se o filme tivesse uma hora a menos de duração e metade das cenas de bang bang poderia ser muito melhor.
É curioso que todos os vilões (dinossauros, homens das cavernas, king kong) são colocados no mesmo patamar, e todos vão contra os mocinhos, americanos, evoluídos e cheios de armas de fogo para se defenderem. Porque será que nessa ilha involuída todos queriam acabar com eles? Vai saber...
Agora, o ponto alto de king Kong: o elenco. Andrien Brody está excelente como o mocinho da história, assim como Naomi Watts (eu me lembrava dela no perturbador Cidade dos Sonhos, de Lynch, no qual Naomi Watts fazia um papel muito parecido, embora o filme seja totalmente diferente de king kong). Jack Black, que faz o fanático diretor de cinema também está muito bem.
Vamos agora à outra superprodução da semana, Crônicas de Nárnia. Eu diria que é um filme simpático. Uma aventura fantasiosa de quatro crianças dentro de um guarda roupa. Apesar dos vários efeitos especiais dispensáveis, o filme tem sucesso naquilo que se propõe. Os efeitos dos animais falantes são muito bem feitos e, estes sim, pertinentes. Porém, a cena da guerra em Nárnia, além de longa e inútil, deve ter sido uma das partes mais caras do filme e dramaturgicamente não tem função alguma. Por que será que os grandes produtores e diretores norte-americanos insistem nessas cenas? Provavelmente porque os espectadores realmente gostam disso... eu realmente não entendo. Além da cena da guerra, outra coisa que me incomodou no filme foi a montagem. Não sei exatamente por que, mas as cenas não têm muito ritmo... parece que há cortes onde não deveria, e planos seqüência onde deveriam ter cortes... achei estranha a montagem. No entanto, a fábula é bem contada. Como não poderia deixar de ser, afinal é um filme da Disney, a "moral da história" e a "mensagem" (arghhh!) é positiva. É uma boa diversão e, como eu disse ao sair da sala, uma sessão da tarde bem feita.

Por enquanto é só pessoal...

FELIZ ANO NOVO!

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