Mostra BR de Cinema

Estou enlouquecendo com esta mostra! São mais de 400 filmes e só 10 dias... pena que é impossível assistir 40 filmes por dia... o máximo que já consegui foram 4!
O que eu já vi: (com breves impressões)
-O Vale dos Lamentos (dir. Theo Angelopolus, Grécia, 2004) - Fotografia maravilhosa. Aliás, para quem gosta de imagens com reflexos e espelhos, esse filme é perfeito. A trama é interessante, porém o filme a meu ver se perde. Fico em dúvida se a idéia inicial era ressaltar os conflitos e fatos históricos ou a história de amor do casal protagonista. Sim, é possível mostrar as duas coisas, mas creio que se o filme mergulhasse mais em uma das temáticas seria melhor. Há muitas imagens bonitas, mas muitos planos poderiam ser cortados. O filme ficou muito longo justamente pelo fato citado acima, por não ter um fio condutor. No entanto, as belíssimas imagens salvam o roteiro esburacado. Ainda bem!
- Os Sabores de Bowery - Já citei no post passado. Só não saí da sala de projeção porque o diretor estava lá e achei falta de educação... o mesmo ocorreu com o curta medíocre A Ponte, exibido logo em seguida.
-Ingmar Bergman - Se eu já era fã do Bergman antes, fiquei mais fã ainda agora depois de assistir aos 3 documentários sobre ele. O cara é demais. Estou louca para ver o clássico Fanny e Alexander, o único filme mais famoso do Bergman que ainda não vi.
- O Espelho Mágico (de Manoel de Oliveira) - Deste histórico diretor português de 97 anos, eu só conhecia o longa Um Filme Falado, do qual eu não gosto. Não é um filme ruim, mas eu particularmente não gosto. Neste novo longa, fotograficamente muito bonito e muito bem interpretado pelos atores, o "falatório" presente no longa anterior permanece presente. A trama é instigante, com um tema universal, mas definitivamente o cinema não é a arte da palavra. Não estou de maneira alguma desmerecendo o trabalho deste mestre do cinema (Manoel inclusive é um dos diretores homenageados nesta Mostra). Seu mérito é imenso pois ele, além de ter vivido e feito cinema praticamente durante todo o século XX, certamente é um "autor" de cinema. Ambos os filme, embora com muitos diálogos, são realmente bem dirigidos. Pretendo conhecer mais a sua obra.
-A Máquina (dir. João Falcão) - Tive o grande prazer de assistir a este filme literalmente ao lado do grande ator (e meu ídolo) Paulo Autran e de outros membros da equipe e elenco de "Am Máquina). O filme fica entre a comédia, o "drama psicológico" e a ficção científica, mas não perde o tema central: o tempo. Um tema bastante amplo e muito discutido no cinema. Paulo Autran, como sempre, está fantasticamente bem. Wagner Moura, como o apresentador de programa de auditório está hilário. Embora para mim o filme tenha uma certa pretensão de ser algo que não é, e algumas cenas totalmente dispensáveis, consegue contar uma história curiosa de forma interessante. Um dos melhores finais de filme que eu já vi nos últimos tempos.

Cansei de escrever... no próximo post escrevo alguns comentários sobre "O Inferno", do bósnio Danis Tanovic e da adaptação cinematográfica da peça de Nelson Rodrigues "Vestido de Noiva", dirigido pelo filho do Nelson, com atuação do neto.
Até...